quarta-feira, 6 de julho de 2016

Nos detalhes...

Certa vez, o inesquecível líder indiano, Mahatma Gandhi, disse que se todas as obras literárias da Humanidade se perdessem e sobrasse, apenas, o Sermão da Montanha não se teria perdido nada. Sob o influxo do verbo misericordioso de Jesus, os evangelistas anotaram um roteiro para redenção dos homens.
Numa dessas passagens, o Divino cordeiro disse que “os olhos são a candeia do corpo, e se os nossos olhos forem bons, todo o nosso corpo será luminoso”. É bem provável que, neste momento, você esteja sendo amado incondicionalmente aqui e também do lado de lá da vida. Sem perceber ou ter notícias desses corações devotados, você sofre. E o problema não está fora, mas dentro. Deus espera, tão-somente, que o fogo que arde em nosso peito diminua para que um facho de luz possa muita coisa reformar.
Tenho certeza que você jamais errou nesta vida por ser generoso, solidário, gentil, pacífico e amoroso. Nós temos naufragado mil vezes nas ondas do egoísmo e do orgulho, quando a vida, incessantemente, nos faz convites de simplicidade.
Eu nunca vi ninguém num leito de hospital, próximo à morte física, pedir que lhe trouxessem seu extrato bancário, a escritura do imóvel, os títulos acadêmicos ou documento do carro. Geralmente, mais ou menos lúcido, em vista da despedida, o Espírito roga para ver alguém que não perdoou, pede para beijar os filhos, ver o sorriso dos netos e diz ao companheiro devotado – “eu te amo, obrigado por tudo”.
Transformar-se é tarefa para corações que admiram os detalhes da vida. Não à toa, após a crucificação, Jesus – que havia operado maravilhas de cura, na terra, – foi reconhecido pelos seus apóstolos pela maneira como repartia o pão. Ao ver aquela figura, aparentemente desconhecida cortando o alimento, os discípulos exclamaram, cheios de felicidade: “Rabi!”.

Então, fica a pergunta: que detalhes da vida nós já somos capazes de ver com os olhos da alma?

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