O médium entra em contato com
o mundo dos espíritos e descobre que o materialismo transitório não pode lhe
trazer a felicidade. Eis uma lembrança da Lei Maior quanto aos compromissos
assumidos antes do retorno à matéria. A revelação tem o brilho de uma dádiva,
porque nem todos conseguem enxergá-la. E o medianeiro, assim, pode clarear o
caminho dos perdidos, dos inconsoláveis, dos depressivos, daqueles que perderam
a fé e também a esperança. Mas, infelizmente, ele se esquece do compromisso
inalterável. Passa a dar valor excessivo ao culto externo e ignora o que disse
Jesus: “não encontrareis o céu num lugar físico”. Então, surge o paradoxo –
médiuns sem mediunidade. Os problemas se instalam e o potencial intermediário
entre vivos e “mortos” nada vê, nada ouve, nada sente. O dom deixa de ser
ostensivo, rareia até minguar. E ai? Novas dívidas são acumuladas, pois aquele
que mais recebe tem uma conta maior a prestar...
Com enorme pesar, digito
essas palavras. A sociedade precisa de hospitais espirituais. A insanidade está
espalhada por toda a parte. O planeta adoece conforme a vibração dos seus
habitantes. O ódio ganha as ruas. E as almas que deveriam amenizar a dor se
comprazem com o comércio do Sagrado. Quantos males de origem extraterrena
assolam os homens! E os médiuns são os intérpretes desses fenômenos
desconhecidos. Sem eles, não existe Umbanda e Espiritismo e talvez todas as
outras religiões, que mesmo não aceitando a vida incorpórea, recebem a
influência iluminada das falanges do espaço, posto que o Pai não precisa do
aval dos homens para forjar as suas leis perfeitas e imutáveis.
Os espíritos se manifestam em todas
as partes, derramando luz sobre a carne, porque existem dores. As
bem-aventuranças, narradas no Sermão da Montanha, ainda estão muito longe da
humanidade deste orbe. Mais do que nunca é preciso recordar a máxima de São
Francisco de Assis – “é dando que se recebe”. Entre todas as obras, Deus fez da
Natureza a maior exemplificação do verbo “servir”. Médiuns, espelhai-nos,
unidos, na generosidade da mãe Terra. Se a mediunidade foi levada pelos
caprichos do orgulho, não dê ouvidos a frustração. Juntem o dinheiro arrecado
para oferendas, festas e práticas rituais. Façam ceias no palco das antigas
sessões de caridade. Repartam o que lhes sobra com os pobres e miseráveis. Dêem
a melhor parte do banquete aos que têm fome. Vejam em torno da mesa uma grande
fraternidade e o Cristo como o sublime servidor de toda essa confraternização.
Será o recomeço através do amor. Quem não pode oferecer o alimento espiritual,
oferte, ao menos, o pão-nosso.
Inspiração
Crê em Deus, no sentido da coisa, é algo
que as religiões teológicas já ensinaram ao homem. Porém, o Criador não é algo
palpável. O reencontro com Deus é experiência metafísica. Quando
Jesus afirmou "Eu estou no Pai, e o Pai, em mim", Ele havia
mergulhado no mistério do cosmos e descoberto algo que eu nem sequer posso
imaginar. Senhor, este servo imperfeito vos pede, aumenta a minha fé.
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