sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O médium franciscano


   O médium entra em contato com o mundo dos espíritos e descobre que o materialismo transitório não pode lhe trazer a felicidade. Eis uma lembrança da Lei Maior quanto aos compromissos assumidos antes do retorno à matéria. A revelação tem o brilho de uma dádiva, porque nem todos conseguem enxergá-la. E o medianeiro, assim, pode clarear o caminho dos perdidos, dos inconsoláveis, dos depressivos, daqueles que perderam a fé e também a esperança. Mas, infelizmente, ele se esquece do compromisso inalterável. Passa a dar valor excessivo ao culto externo e ignora o que disse Jesus: “não encontrareis o céu num lugar físico”. Então, surge o paradoxo – médiuns sem mediunidade. Os problemas se instalam e o potencial intermediário entre vivos e “mortos” nada vê, nada ouve, nada sente. O dom deixa de ser ostensivo, rareia até minguar. E ai? Novas dívidas são acumuladas, pois aquele que mais recebe tem uma conta maior a prestar...

   Com enorme pesar, digito essas palavras. A sociedade precisa de hospitais espirituais. A insanidade está espalhada por toda a parte. O planeta adoece conforme a vibração dos seus habitantes. O ódio ganha as ruas. E as almas que deveriam amenizar a dor se comprazem com o comércio do Sagrado. Quantos males de origem extraterrena assolam os homens! E os médiuns são os intérpretes desses fenômenos desconhecidos. Sem eles, não existe Umbanda e Espiritismo e talvez todas as outras religiões, que mesmo não aceitando a vida incorpórea, recebem a influência iluminada das falanges do espaço, posto que o Pai não precisa do aval dos homens para forjar as suas leis perfeitas e imutáveis. 
  
  Os espíritos se manifestam em todas as partes, derramando luz sobre a carne, porque existem dores. As bem-aventuranças, narradas no Sermão da Montanha, ainda estão muito longe da humanidade deste orbe. Mais do que nunca é preciso recordar a máxima de São Francisco de Assis – “é dando que se recebe”. Entre todas as obras, Deus fez da Natureza a maior exemplificação do verbo “servir”. Médiuns, espelhai-nos, unidos, na generosidade da mãe Terra. Se a mediunidade foi levada pelos caprichos do orgulho, não dê ouvidos a frustração. Juntem o dinheiro arrecado para oferendas, festas e práticas rituais. Façam ceias no palco das antigas sessões de caridade. Repartam o que lhes sobra com os pobres e miseráveis. Dêem a melhor parte do banquete aos que têm fome. Vejam em torno da mesa uma grande fraternidade e o Cristo como o sublime servidor de toda essa confraternização. Será o recomeço através do amor. Quem não pode oferecer o alimento espiritual, oferte, ao menos, o pão-nosso. 

Inspiração 
 Crê em Deus, no sentido da coisa, é algo que as religiões teológicas já ensinaram ao homem. Porém, o Criador não é algo palpável. O reencontro com Deus é experiência metafísica. Quando Jesus afirmou "Eu estou no Pai, e o Pai, em mim", Ele havia mergulhado no mistério do cosmos e descoberto algo que eu nem sequer posso imaginar. Senhor, este servo imperfeito vos pede, aumenta a minha fé. 

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