As
Tuas armas apresentam um simbolismo, cujos homens não conseguem interpretar, e
por não entenderem, fazem idéia distorcida do objetivo de Tuas batalhas. Quem
sabe um dia, lágrimas de arrependimento lavem os olhos embaçados de todos os que
bradam com ira e façam cintilar o real sentido da intercessão divina. Veremos,
então, que depois da guerra o metal lapidado não apresenta nenhum vestígio de
sangue. A espada e a lança, na verdade, abrem caminho na escuridão, retiram os
espectros das mentes perturbadas e cravam suas lâminas no dragão que vive e
cospe fogo dentro do homem. As armas de Ogum se energizam sob a luz das
estrelas, do sol e da lua, seus raios flamejantes iluminam as estradas em
qualquer tempo para dar rumo àqueles que se perderam em suas missões. O grande
guerreiro, antes de polir a espada, carrega um brilho de amor no coração. Ogum,
sei que jamais humilhaste ou feriste nem mesmo os Teus oponentes. A força que
tens está a serviço de tarefas edificantes em comunhão com a Lei Maior. Deve
ser duro para o adversário que Te queres mal, saber que Tu só lhe desejas o
bem.
Paternal, Ogum carrega a criança no colo;
misericordioso, levanta a cabeça de quem se
arrepende;
cultiva a esperança, e não, o medo;
valoriza os humildes;
combate para transformar os soberbos;
ergue os que se ajoelham aos teus pés,
pois não se julga maior do que ninguém.
Ogum "não se inquieta pela posse do
ouro",
sabes que o maior tesouro do universo é o amor de
Oxalá.
A liderança de Ogum não é imposta,
nasce naturalmente nos reflexos de cada ação
benevolente.
Poderia chamar-Te Conquistador, Senhor das Estradas,
Cavaleiro Nobre ou General,
mas sei bem que esse tipo de glória não Te desperta
interesse.
Ogum, continuarás vencendo Teus duelos com o maior
de todos os golpes – a humildade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário