O canto entoado tinha graça,
leveza, poder de oração e saudava a Mãe das Mães num ritual de fé. Sentado no
banquinho, enquanto apreciava a beleza do todo, eu o vi reaparecer. Maravilhado,
perguntei-lhe:
- Por quê, você me
abandonou?
E ele, com o semblante
sereno, meditando sobre as águas calmas do mar, respondeu-me:
- Eu nunca lhe abandonei.
Não pude conter as
lágrimas ao receber as ondas invisíveis daquele pensamento, que nascia de uma
mente contemplativa, reunindo o axé do seu reino, na Aruanda celestial - lugar
onde não se pode chegar com guerras. Talvez, o choro que de mim brotou fizesse
crer que ali estava alguém em sofrimento. No entanto... O meu coração ficou
como as águas do oceano: manso, brando e pacífico. Muitos dizem que ele traz
uma vibração de luta, mas eu só senti amor. Se pudesse riscaria entre as suas
armas uma flor, que simbolizaria, perfeitamente, o cenário daquela imagem sublime
e encantadora.
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