domingo, 13 de abril de 2014

A imagem inesquecível

     O canto entoado tinha graça, leveza, poder de oração e saudava a Mãe das Mães num ritual de fé. Sentado no banquinho, enquanto apreciava a beleza do todo, eu o vi reaparecer. Maravilhado, perguntei-lhe:

- Por quê, você me abandonou?

E ele, com o semblante sereno, meditando sobre as águas calmas do mar, respondeu-me:

- Eu nunca lhe abandonei.

   Não pude conter as lágrimas ao receber as ondas invisíveis daquele pensamento, que nascia de uma mente contemplativa, reunindo o axé do seu reino, na Aruanda celestial - lugar onde não se pode chegar com guerras. Talvez, o choro que de mim brotou fizesse crer que ali estava alguém em sofrimento. No entanto... O meu coração ficou como as águas do oceano: manso, brando e pacífico. Muitos dizem que ele traz uma vibração de luta, mas eu só senti amor. Se pudesse riscaria entre as suas armas uma flor, que simbolizaria, perfeitamente, o cenário daquela imagem sublime e encantadora. 

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