domingo, 28 de junho de 2015

Quem sustenta as bases da vida?

    O nosso pensamento destreinado ainda nos leva a crer que são os políticos e uma casta reduzida de empresários que sustentam as bases deste país com suas decisões, muitas vezes, arbitrárias e desumanas. Sinceramente, é chegada a hora de trabalharmos o olhar, porque o problema ou a solução não se encontram na paisagem, mas nos olhos de quem a contempla. Se a sociedade fosse, tão-somente, guiada pelo raciocínio mercantilista, pragmático e cruel de uma gente, bem estranha, que “governa” o Brasil, já teríamos ido à falência econômica e moral. Em verdade, esta nação – nos painéis do tempo – foi construída pela “flor amorosa de três raças tristes” (Olavo Bilac) e graças a tal composição, surgiu um povo abnegado, trabalhador e caridoso. Quem tiver a oportunidade volte o olhar para o mundo a nossa volta. Há mulheres e homens (de coração maternal) que levam este país à frente através das fibras do sentimento. Se não fossem esses cooperadores anônimos, não haveria morfina que desse jeito nos gemidos dentro dos quartos de hospital; inexistentes seriam os sorrisos nos asilos; raras as brincadeiras, seguidas de alegria, nos institutos que tratam de doenças infantis; erradicada estaria a esperança dos órfãos nas filas de doação; emudecido seria o pranto dos depressivos nas fileiras religiosas e também a dor imensurável das mães que viram seus filhos partirem antes.
    Os triunfadores, com as mãos sujas de sangue e os bolsos contaminados pelo dinheiro da corrupção, encontram-se na sarjeta da grande escola da Humanidade, enquanto essas almas generosas, apesar de não serem aplaudidas e ovacionadas, caminham na vanguarda da vida, tendo como norte as mais nobres emoções.

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