quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O que eu vi era um sonho

     Quando escrevo, sinto o frescor da brisa que passa murmurando melodias silenciosas no meu espírito. São as notas musicais, cujos impulsos vindos do céu espalham esperança por toda terra. Perdoa-me, Senhor, pelos dias em que não ouvi a Tua voz. Agora, sublimado pela inspiração que desce e me arrebata, declaro essas singelas letras, para exaltar-Te de onde estou. Mesmo sozinho, sinto como se não mais estivesse, pois a tímida canção ganha corpo e, já em êxtase, consigo ouvir a orquestra que me cerca. Obrigado, Majestade de todos os reinos! As Tuas criaturas cantam! E o clarim dos anjos anuncia que a vida triunfa; então, esqueço-me, completamente, da ilusória valsa da morte e percebo que Tu compuseste a marcha imortal.

Fecho os olhos; a canção me guia; converso com o Maestro da eternidade. Nestes instantes, além do tempo, viajo nas nuvens de sonhos e assisto a multidão que habita o planeta. Reconheço, em cada um dos seres, notas da Sinfonia Universal. É impressionante: há espaço para todos. De passagem, aplaudo o batuque das nações africanas; a harmonia dos mantras hindus; os cânticos das igrejas, os louvores das mesquitas e sinagogas... Quantas belezas! E percebo que na perda de uma só delas o Todo desafinaria. No despertar da viagem onírica, ouço minha alma suspirar de felicidade: “Meus... irmãos!”.

Nota
Numa perspectiva universalista e fraterna, respeito todas as formas de culto e manifestações religiosas, vindas de qualquer parte do globo. A humanidade é uma só, e cada homem procura a forma que melhor se adapta ao seu estado de consciência. As águas percorrem caminhos diferentes, mas se reencontram no mesmo oceano. 

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