segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A lucidez de uma mãe

Cabisbaixa, a jovem, exibindo a beleza dos seus 18 anos, desabafou junto ao coração de sua mãe: – A partir de hoje, não ajudo mais ninguém. As pessoas só me procuram por interesse, quando estão precisando... Cansei de fazer o papel de boba e, sempre, "levar pela cara".

Compreendendo a tensão do momento delicado, a alma materna trouxe ao peito a filha amada e afagou-lhe os cabelos num transporte de ternura, doando-lhe cuidados, típicos do amor.
Cessado o pranto de revolta, a voz doce emanou por toda casa:

– Minha filha, o simples fato de cultivarmos afeição por alguém já representa um tesouro divino do sentimento. Se está tão revoltada, é porque fez o bem esperando algo em troca, nem que fosse uma palavra de gratidão. Ajuda e passa. No minuto seguinte, pode haver outra pessoa necessitada de sua compaixão. Caso estacione, cheia de lamúrias e com ego ferido, chegará à minha idade sem esperança na vida. Quem se dá ao luxo de decepcionar-se, irremediavelmente, passa por esta Terra amando pouco e acumulando mágoas. Viver não é está sob posse de um corpo físico. Vida são experiências dignas de Deus.

Comentário: nas famílias, aprendemos a construir edifícios da intelectualidade para competir com o mundo e exibir láureas acadêmicas, no entanto, raramente, somos orientados a educar o sentimento. E desse enorme descuido, nascem as doenças psicossomáticas como a depressão e as diversas síndromes, entre elas, a do Pânico. Ninguém mergulha no calabouço das emoções porque não domina a ciência dos cálculos ou a arte literária. Adoecemos, emocionalmente, pelo abandono do maior patrimônio do homem: o sentimento.

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