terça-feira, 25 de agosto de 2015

Em busca do Sol...

“Assim, ele dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o assemelharei? É semelhante a um grão de mostarda...”. (Lucas 13:18-19)

A semente traz, em si, o projeto magnânimo de uma árvore. Com o seu DNA divino – que no porvir lhe conduzirá à belas florações – o minúsculo grão encara o escuro e solitário seio da terra. A partir daí, dá-se a sua luta gloriosa para haurir nutrientes, muitas vezes escassos, a fim de enraizar, em definitivo, as bases da vida que almeja. Quando surgem os primeiros brotos, rompendo o solo bendito que lhe serviu de berço, a semente vislumbra o campo imenso a que se destina. É o início do seu êxtase. A metáfora da individualidade humana que vence as enormes intempéries da existência ao mergulhar no seu “eu profundo”, resgatando, nos recônditos do Espírito, a essência divina que, nela, foi depositada. A terra escura – como analogia ao ego, dínamo das nossas atuais emoções – é a cruz da semente. A tarefa à qual ela foi chamada a cumprir para, por méritos, ser banhada pela luz solar, símbolo do Evangelho, que, para os homens, assim como para todas as obras da criação, é o amor infinito e a sabedoria suprema de Deus.
Vencendo o egoísmo que faz a consciência viver, apenas, para alimentar os seus caprichos, o homem rompe “a casca do eu” e põe a Lei Divina no centro de suas expectativas e tal qual a árvore cresce, em linha vertical, rumo às paragens dos montes celestes. Nutrida pela seiva da caridade, a alma – na sua jornada evolutiva – passa a doar bem-aventuranças, em forma de frutos, sementes e sombra acolhedora, como testemunho da obra de Deus na sua intimidade. Surge, então, na Galileia das nossas vidas – colorida pelos mais belos jardins do sentimento, a exemplo da época de Jesus – a Boa Nova do Reino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário